No memorando de entendimento com a troika é referido que os presidentes e membros das administrações hospitalares "deverão ser, por lei, pessoas de reconhecido mérito na saúde, gestão e administração hospitalar". O que vem acontecendo é lamentável e é a prova do peso das estruturas distritais do PSD nestas nomeações. Tinha-se Paulo Macedo, ministro da Saúde, como um homem honesto e náo pressionável à força dos lobbies partidários, mas tal não acontece. Tem-se assistido à substituição de administrações hospitalares por pessoas ligadas ao PSD e CDS e, sempre, com peso político nas respectivas distritais partidárias. Um dos casos mais caricatos observa-se precisamente no distrito de Santarém, com a escolha de três gestores do novo conselho de administração do Centro Hospitalar do Médio Tejo que vieram de uma empresa de tubos de plástico do Cartaxo e que, nos seus currículos, nada apresentam que os acreditem para as funções de gestores hospitalares. A expressão de Pedro Passos Coelho de não existir pressa para "ir ao pote", poucos meses após essa afirmação verifica-se que havia toda a pressa para "ir ao pote". Para o Centro Hospitalar de Viseu-Tondela foram nomeados dois militantes do PSD-Viseu o que obrigou Hélder Amaral, deputado pelo CDS a afirmar "não estar disponível para pedir sacrifícios aos Portugueses e depois patrocinar amiguismo da pior espécie que julgava ser uma prática do passado". Declarações feitas, certamente, porque nenhum militante do CDS de Viseu foi chamado para integrar a direcção do Centro Hospitalar de Viseu-Tondela. Entretanto, em Castelo Branco, um militante, desta vez do CDS, vai substituir na Administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira um socialista. É a dança das cadeiras ao mais baixo nível.
David Pires