A política actual tem tido como figuras de topo personagens clonadas. Sócrates, que já lá vai, deu os primeiros passos na política na jota, mudou-se de cor, possivelmente porque se não deu bem. Depois, passo a passo, foi subindo através daquelas teias de interesses que se apoderaram dos partidos políticos. Começou por deputado, chegou a secretário de estado, depois ministro e, finalmente, primeiro ministro. Tinha obtido um diploma de engenheiro técnico na Universidade de Coimbra. Mais tarde, numa universidade privada, obteve o grau de engenheiro. Sabe-se que pertenceu aos quadros da Câmara da Covilhã, onde trabalhou algum tempo, o resto, na política. Coelho principiou na JSD, tendo atingido a liderança desta estrutura dos jovens laranjas. Por inerência do cargo tornou-se deputado. Abandonou a política, por pouco tempo, para ingressar em empresas onde o seu amigo e companheiro, Ângelo Correia, tem interesses. No entretanto, também numa universidade privada, onde, como todos sabemos, é fácil obter uma licenciatura, é apenas uma questão de dinheiro e tempo, frequentou e concluiu, um curso de economia. Regressou à política. O resto da história é conhecida. Agora é o nosso primeiro ministro. Viveu sempre da política, excepto num curto hiato de tempo. Muito semelhante é a história de Seguro. Iniciou-se na JS, tendo ascendido a secretário-geral desta estrutura. Foi fácil, como dirigente juvenil, a sua escolha para deputado em lugar elegível. Montada a teia é simples a progressão. Deputado ao Parlamento Europeu e ministro, pela mão do seu amigo António Guterres. Licencia-se na Universidade Autónoma de Lisboa Luís de Camões, também privada. Não se conhece que tenha exercido qualquer actividade, para além da política. Candidata-se, agora, a secretário-geral do PS. Mas nesta Terra, como reconhecerão, também existe um clone. Não é necessário nomear.
David Pires