Botequim ordinário, onde se vendia o café a dez reis cada xícara.

13
Jul 11

O VISIONÁRIO OU SOM E COR, III

 

O vermelho deve ser como

o som duma trombeta...

Um cego

 

Alucina-me a Cor! - A Rosa é como a Lira,

A Lira pelo tempo há muito engrinaldada,

E é já velha a união, a núpcia sagrada,

Entre a cor que nos prende e a nota que suspira.

 

Se a terra, às vezes, brota a flor que não inspira,

A teatral camélia, a branca enfastiada,

Muitas vezes no ar, perpassa a nota alada

Como a perdida cor dalguma flor que expira...

 

Há plantas ideais dum cântico divino,

irmãs do oboé, gémeas do violino,

Há gemidos no azul, gritos no carmesim...

 

A magnólia é uma harpa etérea e perfumada.

E o cacto, a larga flor, vermelha, ensanguentada,

- Tem notas marciais, soa como um clarim.

 

Selecção de Poemas - Tomás Salavisa

publicado por Café de Lepes às 00:32

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