É por demais conhecida a recente sentença do Triunal da Relação do Porto que absolveu o médico psiquiatra João Villas Boas do crime de violação a uma sua doente, grávida. Escusamo-nos de relatar os pormenores sórdidos do caso. Queremos apenas aqui deixar transcrita parte da declaração de voto de vencido do juiz desembargador José Baião Papão "...a aparentemente fruste resistência da assistente é inteiramente compatível com o estado de fragilização em que então se encontrava: depressão e gravidez" e acrescentou "o arguido usou da força física na medida requerida pelas circunstâncias para poder constranger a assistente". Uma sentença mais para, aos olhos do simples cidadão, ampliar o descrédito da Justiça.
Carlos Canas