Este lamentável caso do convite de Fernando Nobre para assumir o cargo de presidente da Assembleia da República, na próxima legislatura, é sintomático do pouco valor que os directórios dos partidos políticos concedem aos seus deputados, eleitos pelo voto do Povo. Igualmente é confrangedor o papel desempenhado pelos deputados eleitos em votação de milhões de portugueses, submetendo-se, sem tugir nem mugir, às ordens dos líderes partidários que, por sua vez, são eleitos por apenas uns milhares de seus militantes. Agora que o País, tudo o indica, vai entrar num período de profundas reformas, há que reflectir sobre a perversidade do actual sistema eleitoral, de modo a torná-lo mais responsável perante o eleitor.
David Pires