Botequim ordinário, onde se vendia o café a dez reis cada xícara.

01
Jan 11

ARIANE

 

Ariane é um navio.

Tem mastros, velas e bandeira à proa,

E chegou num dia branco, frio,

A este rio Tejo de Lisboa.

 

Carregado de Sonho, fundeou

Dentro da claridade destas grades...

Cisne de todos, que se foi, voltou

Só para os olhos de quem tem saudades...

 

Foram duas fragatas ver quem era

Um tal milagre assim: era um navio

Que se balança ali à minha espera

Entre gaivotas que se dão no rio.

 

Mas eu é que não pude ainda por meus passos

Sair desta prisão em corpo inteiro.

E levantar a âncora, e cair nos braços

De Ariane, o veleiro

 

Lisboa, Cadeia do Aljube, 1 de Janeiro de 1940

publicado por Café de Lepes às 00:57

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