Botequim ordinário, onde se vendia o café a dez reis cada xícara.

18
Mar 12

JEITO DE ESCREVER

 

 

Não sei que diga.

E a quem o dizer?

Não sei que pense.

Nada jamais soube.

Nem de mim, nem dos outros.

Nem do tempo, do céu e da terra, das coisas...

Seja do que for ou do que fosse.

Não sei que diga, não sei que pense.

Oiço os ralos queixosos, arrastados.

Ralos serão?

Horas da noite.

Noite começada ou adiantada, noite.

Como é bonito escrever!

Com este longo aparo, bonitas as letras e o gesto - o jeito.

Ao acaso, sem âncora, vago no tempo.

No tempo vago

Ele vago e eu sem amparo.

Piam pássaros, trespassam o luto do espaço, este sereno luto de horas.

 

...

 

 

 

Selecção de Poemas - Tomás Salavisa

publicado por Café de Lepes às 01:34

Março 2012
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3

4
5
6
7
8
9

11

22

26
27
28


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

GERÊNCIA
Carlos Canas * David Pires * Julião Mora * Marco Almeida* Mário Aleixo * Tiago Paisana * Tomás Salavisa
blogs SAPO