A derrota rotunda do Partido Socialista era previsível. O que nos ia espantando era os números das diversas sondagens. Com o País em crise profunda; o desemprego a tocar quase todas as familias; as medidas implementadas pelos socialistas a atingir os interesses de muitas corporações; os homens mais ricos de Portugal a destilarem o seu ódio profundo a José Sócrates e a fazerem campanha pelo PSD e, finalmente, o ataque constante ao Governo de toda a comunicação social, era inaceitável que PSD e PS corressem ombro a ombro, nas sondagens. Não foi surpresa, portanto, o resultado eleitoral. Surpresa foi, sem dúvida, a transferência de votos do BE para o PSD. Afinal grande parte do eleitorado bloquista voga ao saber dos seus interesses temporais. Uma nota ainda para a elevada taxa de abstenção, desprezada quer pelos partidos quer pelos comentadores políticos.
David Pires