Botequim ordinário, onde se vendia o café a dez reis cada xícara.

29
Abr 11

Aconteceu hoje,

Parecia um filme histórico,

Robin dos Bosques?

Talvez,

Não William + Kate,

E as nossas televisões em directo,

Tão espampanante,

Não sei porquê,

Lembrou-me a próxima proclamação, 

No Vaticano,

Dia 1 de Maio,

Tão apressada!

 

Carlos Canas

publicado por Café de Lepes às 23:56

SERRANILHA

 

A serra é alta, fria e nevosa;

vi venir serrana gentil, graciosa.

 

Vi venir serrana, gentil, graciosa;

cheguei-me per'ela com grã cortesia.

 

Cheguei-me per'ela de grã cortesia,

disse-lhe: senhora, quereis companhia?

 

Disse-lhe: senhora quereis companhia?

Disse-me: escudeiro, segui vossa via.

 

Selecção de Poemas - Tomás Salavisa

 

 

publicado por Café de Lepes às 09:54

27
Abr 11

Já tínhamos um, dá pelo nome de Medina Carreira, foi preterido em tempos que já lá vão, daí as suas zangas, não perdoa. Agora  está velho, caquético e  chato. Tem um substituto, dá pelo nome de Cantiga Esteves. Canta de poleiro nas têvês e nas rádios. Mas é mais um a comer à mesa do orçamento, tenho que o ouvir e contribuir com parte dos meus impostos para o seu sustento. É fácil dizer mal, criticar. Gostava de ouvir alternativas ao que se tem feito errado, mas não ouço, só blá-blá-blá.

 

Carlos Canas

publicado por Café de Lepes às 00:46

25
Abr 11

SEMPRE!

 

Os Fregueses do Café

publicado por Café de Lepes às 00:29

TANTO MAR

 

Foi bonita a festa, pá

Fiquei contente

Ainda guardo renitente

Um velho cravo para mim

Já murcharam tua festa, pá

Mas certamente

Esqueceram uma semente

Nalgum canto de jardim

 

Sei que há léguas a nos separar

Tanto mar, tanto mar

Sei também, quanto é preciso, pá

Navegar, navegar

Canta primavera, pá

Cá estou carente

Manda novamente

Algum cheirinho de alecrim

 

Selecção de Poemas - Tomás Salavisa

publicado por Café de Lepes às 00:28

24
Abr 11

Também, como este  que vai avançando, terminava no primeiro número. Há muitos, muitos anos. Tantos que se lhes perdeu a conta. Introduzo-me na máquina do tempo, inserida na memória, e consigo vizualizar esse dia tão longínquo, rever todos os pormenores, apreciar os mais ínfimos detalhes - a felicidade dos protagonistas, a alegria sincera dos amigos, a esperança num amor eterno, como se isso fosse possível. Tantos sonhos que os dias foram corroendo. Foi há muitos anos, tantos que já não se conseguem contar.

 

Julião Mora 

publicado por Café de Lepes às 23:37

O Município do Sardoal em parceria com várias instituições - Tagus, Proder, Ministério da Agricultura e União Europeia - editou recentemente um pequeno opúsculo, a cores, de banda desenhada, de autoria de Ricardo Cabrita, responsável também pelo argumento. Para quem não se recorde, Ricardo Cabrita é, desde há muitos anos, arquitecto dos quadros do Munícipio desta Terra, sendo, lamentavelmente, aqui desconhecido como notável artista de banda desenhada, com diversos trabalhos editados.

 

Tiago Paisana

publicado por Café de Lepes às 00:36

23
Abr 11

Os responsáveis do Museu de Arte Pré-Histórica e do Sagrado do Vale do Tejo apontam, por vezes, números de visitantes que nos deixam perfeitamente perplexos. São conhecidos os números de entradas anuais em alguns museus situados em cidades de média importância, que se citam a título de exemplo: Museu Abade de Baçal, em Bragança, 11.495 visitantes; Museu da Cerâmica, nas Caldas da Raínha, 9.838 visitantes; Museu Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco, 13.357 visitantes e Museu Dr. Joaquim Manso, na Nazaré, 9.814 visitantes. Espantamo-nos, pois, com as visitas ao nosso Museu.

 

Tiago Paisana

publicado por Café de Lepes às 11:20

22
Abr 11

Recentemente foram efectuadas obras de reparação no repuxo que há muitos anos existe no jardim do Largo dos Bombeiros. As ideias que orientaram a reconversão daquele espaço são pouco brilhantes. Metade da área foi entulhada com areia grossa, mas não se cuidou de aí plantar umas pequenas palmeiras ou mesmo cactos, o que transformaria, de forma agradável, o seu aspecto. Depressa os gatos, que abundam no jardim, dedicados à caça da passarada que se acolhe nas árvores por lá existentes, decidiram transformar aquele grande espaço de areia no seu wc preferido. A outra metade do repuxo, para além de negro de sujidade, mostra-se inoperacional pois a água não corre nas variadas bicas. Nestes dias pascais em que esta Terra é visitada por inumeras pessoas, naturais umas, viandantes outras, é lamentável a imagem que o repuxo, há pouco tempo pretensamente reconvertido, apresenta.

 

Tiago Paisana  

publicado por Café de Lepes às 01:34

Este lamentável caso do convite de Fernando Nobre para assumir o cargo de presidente da Assembleia da República, na próxima legislatura, é sintomático do pouco valor que os directórios dos partidos políticos concedem aos seus deputados, eleitos pelo voto do Povo. Igualmente é confrangedor o papel desempenhado pelos deputados eleitos em votação de milhões de portugueses, submetendo-se, sem tugir nem mugir, às ordens dos líderes partidários que, por sua vez,  são eleitos por apenas uns milhares de seus militantes. Agora que o País, tudo o indica, vai entrar num período de profundas reformas, há que reflectir sobre a perversidade do actual sistema eleitoral, de modo a torná-lo mais responsável perante o eleitor.

 

David Pires

publicado por Café de Lepes às 01:25

20
Abr 11

AMOR

 

De um amor morto

sepultado no tempo

surge em condensação

duma afeição rara

a beleza do abraço

mais íntimo

mais voraz

mais nu

 

O arco-íris risca no firmamento

o desafio ao Sol

Brilha o luar mais do que a Lua

Sente-se o perfume da rosa

e não a rosa

É poesia a silenciosa

distância entre a emoção

e o seu canto

 

É poema ainda o já poema?

 

O amor talvez seja o que do nada resta.

 

 

Selecção de Poemas - Tomás Salavisa

 

 

publicado por Café de Lepes às 15:54

18
Abr 11

Segundo um diário generalista de hoje, dois irmãos, a esposa e a filha do agora candidato do PSD pelo círculo eleitoral de Lisboa às proximas eleições, integram a direcção da AMI. Mas há mais, o referido jornal (Correio da Manhã) adianta que a partir do núcleo duro familiar  existem naquela conceituada  ONG cônjugues, tios e sobrinhos.

 

David Pires

publicado por Café de Lepes às 20:04

A já muito antiga feira do terceiro domingo de Abril, que desde há alguns anos se passou a efectuar no domingo de Ramos, aconteceu ontem. Demonstração cabal do estado desta Terra. Presença em grande quantidade de feirantes, que se espalhavam pelos locais habituais, campo da feira, praça, largo dos bombeiros, igreja. Não faltaram as máquinas agricolas e as barracas das farturas e dos frangos. Visitantes, porém, eram escassos. Todo este esforço e sacrifício financeiro por parte dos vendedores não teve compensação, dada a presença diminuta de público. Não parecia um domingo de feira. O mercado dominical de Mouriscas envolve mais gente do que a Feira dos Ramos de ontem. Ao que esta Terra chegou.

 

Tiago Paisana

publicado por Café de Lepes às 20:02

16
Abr 11

O médico que P.P. Coelho escolheu para número um da lista dos sociais-democratas pelo distrito de Lisboa, afirmou, recentemente, não vir a desempehar as funções de deputado se não fôr eleito pelos seus pares para presidente da Assembleia da República. Cabe aqui referir que a votação não é pelo sistema de braço no ar, mas por voto secreto, o que permite, desde já, a hipótese de não ser eleito, para além, do que é fundamental, não se conhecerem antecipadamente os resultados da eleição de Junho. Na cabeça deste João Semana fervilham sempre muitas ideias, já o conhecemos da recente campanha presidencial. O comportamente do clínico faz-nos criar muitas dúvidas a respeito do seu carácter. E daí levantarem-se incertezas relativamente à AMI-Portugal, de que Fenando Nobre é o principal rosto. Alguém sabe como funciona essa instituição, já alguma vez foi escrutinada a sua actividade. Informa-se na comunicação social que partiu uma missão para o país x, para o país y, composta por tantos médicos e tantos enfermeiros, mas não se conhecem os apoios, os financiamentos, em suma, quem paga o quê e quanto. Seria interessante no momento em que o seu fundador em Portugal tem sobre si dirigidos muitos focos, se soubesse mais da ONG que dirige.

 

David Pires 

publicado por Café de Lepes às 01:13

15
Abr 11

Ali sofreste. Ali amaste.

Ali é a pedra do teu lar.

Ali é o teu, bem teu lugar.

Ali a pedra onde jogaste

o que o destino te quis dar.

 

Ali ficou tua pegada

impressa, firme, sobre o chão.

Ninguém a vê sob o montão

de cinza fria e poeirada?

Distingue-a, sim, teu coração.

 

Podem talvez o vento, a neve,

roubar a flor que tu criaste?

Ali sofreste. Ali amaste.

Ali sentiste a vida breve.

Ali sorriste. Ali choraste.

 

Selecção de Poemas - Tomás Salavisa

publicado por Café de Lepes às 00:40

14
Abr 11

Eram muito mais felizes no tempo de Salazar, eram muito mais novos.

 

Julião Mora

publicado por Café de Lepes às 01:09

11
Abr 11

Já apoiou o Bloco de Esquerda, Mário Soares e Durão Barroso. Na sua recente campanha à presidência da República criticou amplamente os partidos e os políticos. E fez variadas declarações que raiaram o ridículo. No passado mês de Março jurou não aceitar qualquer convite para integrar listas partidárias às próximas eleições legislativas. No acto eleitoral de 23 de Janeiro valeu 600.000 votos. O PSD acaba de o convidar para cabeça de lista pelo distrito de Lisboa. E mais, será o presidente da Assembleia da República. Em Janeiro valia 600.000 votos, em 5 de Junho quantos valerá. Nobre acaba de encerrar a sua página no Facebook, foi incapaz de aguentar as duras críticas que os utilizadores daquela rede social lhe faziam.

 

David Pires  

publicado por Café de Lepes às 19:49

10
Abr 11

Vou desprezar os resultados do futebol.

 

Julião Mora

publicado por Café de Lepes às 17:06

09
Abr 11

Apetece-me deixar o coração em casa.

 

Julião Mora

publicado por Café de Lepes às 09:37

VENTO

 

As palavras

cintilam

na floresta do sono

e o seu rumor

de corças perseguidas

ágil e esquivo

como o vento

fala de amor

e solidão:

quem vos ferir

não fere em vão,

palavras.

 

Selecção de Poemas - Tomás Salavisa

publicado por Café de Lepes às 01:35

02
Abr 11

A polémica está instalada. Existe uma enorme vontade que o Governo, desde anteontem em gestão, solicite a intervenção de ajuda externa (diga-se FMI) para carregar com o ónus do pedido. Mas o Governo, do partido que breve também disputará eleições, recusa-se a dar tal passo, argumentando que as suas condições de pura gestão  corrente não lhe permitem assumir esse pedido. Pelo meio ouvem-se variados constitucionalistas, uns dizem que está dentro das suas atribuições, outros respondem o contrário. O habitual nestas coisas. É evidente que o partido que se aponta como eventual vencedor das eleições de 5 de Junho não está interessado em ser o responsável pelo pedido de ajuda externa, que, como é sabido pelo que está a suceder na Grécia e na Irlanda, originará medidas de contenção duríssimas sobre todos os portugueses. A título de exemplo: subida de juros dos empréstimos do credito à habitação, despedimentos na função pública, restrições ao acesso, actualmente quase gratuito, dos serviços de saúde e do ensino, suspensão do pagamento do subsídio de Natal, aumentos incomportáveis nas tarifas dos transportes públicos, etc.. Agora não poderemos recorrer à desvalorização da moeda, como outrora foi feito. Ao governo que venha a sair do próximo acto eleitoral interessaria entrar em funções já sob a supervisão de uma entidade exterior de apoio financeiro, porque seriam efectuadas as medidas mais gravosas apoiadas na desculpa de terem sido impostas pelas instituições que nos estariam a financiar.

 

David Pires  

publicado por Café de Lepes às 00:51

01
Abr 11

(LARANJA, PESO, POTÊNCIA)

 

Laranja, peso, potência.

Que se finca, que se apoia, delicadeza, fria abundância.

A artéria pensa. As madeiras

incham, dão luz. Apuram tão leve açúcar,

tal golpe na língua. Espaço lunado onde a laranja

recebe soberania.

E por anéis de carne artesiana o ouro sobe à cabeça.

A ferida que a gente é; de mundo

e invenção. Laranja

assombrosamente. Doce demência, arrancada à

           monstruosa

inocência da terra.

 

Selecção de Tomás Salavisa

publicado por Café de Lepes às 00:48

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