"Em nome de Deus, o misericordioso, cidadãos, perante as difíceis circunstâncias que o Egipto atravessa, o Presidente Hosni Mubarak decidiu deixar o cargo de presidente e encarregou o Conselho Supremo das Forças Armadas de administrar o País. Que Deus ajude toda a gente." Esta a curta declaração do vice-presidente Omar Suleiman transmitida pela televisão. E agora? Alguém de bom senso acredita que foi apenas o Povo, sem qualquer força na rectaguarda, quem alimentou aquele intenso fogo. O que resultará daquele tremendo movimento, quase pacífico, consequência de um nível de vida baixíssimo e, portanto, de enormes dificuldades para a maioria dos egípcios. Espera-se que, do fervente caldeirão, não saia um movimento que invocando o Profeta transforme o Egipto num segundo Irão.
Carlos Canas