Botequim ordinário, onde se vendia o café a dez reis cada xícara.

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Jan 11

Chegou quando a tarde principiava. O comboio largou-o numa estação incaracterística e desconfortável. Mais tarde veio a saber que nem de electricidade estava provida, com uma barragem a meia dúzia de quilómetros. Era um domingo de muito sol, mas frio rigoroso. Ao arrepio do que supunha, não existiam restaurantes. Matou a fome, com uma fritada de ovos e chouriço, numa casa de pasto localizada em rua esconsa e húmida. Dirigiu-se, de seguida, à hospedaria onde assentaria arraiais. Casa primitiva e sóbria onde lhe  forneceriam comida e dormida. Após o jantar, e valha a verdade uma excelente refeição, dirigiu-se ao café, ponto de encontro dos notáveis do sítio. Sentiu que era a novidade da noite. Aqueles olhares incomodavam-no. Saiu tão depressa quanto possível. Já no quarto, olhando as paredes nuas e brancas, pensou quanto tudo era diferente do que havia imaginado. Era o começo da aventura. O frio cortava.

 

Julião Mora

publicado por Café de Lepes às 17:36

Janeiro 2011
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