Botequim ordinário, onde se vendia o café a dez reis cada xícara.

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Ortiga-Gare tem um ícone - a vila Marques. Viajando na Linha da Beira Baixa o avistar do palacete com o seu porte altaneiro e, ao mesmo tempo elegante, naquela cor pouco usual, com o Tejo em contracurva, indica-nos que estamos próximos de Ortiga-Gare. Aquele majestático edifício, apresentando evidentes sinais de ruína, rodeado por um abandonado jardim, onde, quais guardiães, se erguem algumas palmeiras, hoje serve apenas para ninho de cegonhas, que, muitas vezes, com o seu canto distinto, nos puxam o olhar para o imponente casarão. A Ordem dos Arquitectos promoveu o projecto "Arquitectura do Século XX na União Europeia", que visa incentivar o conhecimento da cultura arquitectónica, realçando a sua importância enquanto herança patrimonial europeia. Inspirado na investigação recente da arquitectura nacional do século XX, o projecto coordenado pela Ordem dos Arquitectos, em parceria com a Croácia, Espanha, Estónia, França e Hungria, além de dar a conhecer a arquitectura europeia produzida na Europa ao longo dos últimos 100 anos, pretende contribuir para a definição de uma identidade europeia construída a partir da arquitectura do século XX. Nesse sentido, com a duração  de dois anos, uma exposição itinerante, percorreu aqueles países da União Europeia, mostrando, entre muitas edificações portuguesas, situadas desde o Minho aos Açores, a vila Marques, a casa cor de tijolo, mesmo junto ao caminho de ferro da Beira Baixa, ali, em Ortiga-Gare, infelizmente em estado ruinoso.

publicado por Café de Lepes às 00:28

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