Muito justamente o Bispo Auxiliar de Lisboa, D. Carlos Azevedo, numa intervenção pública, solicitou aos políticos para abdicarem de 20% dos seus rendimentos e os destinarem a um Fundo Social de auxílio à pobreza.
Poderia e deveria ter ido mais longe aquele prelado e estender o seu pedido a todos aqueles que auferem elevados vencimentos, tão desproporcionados ao nosso nível de vida, que origina um sentimento de revolta em grande parte dos portugueses, pois o fosso entre ricos e pobres alargou-se, de uma maneira brutal, em relação ao tempo do Estado Novo.
As preocupações da Igreja relativamente às grandes dificuldades que parte substancial dos portugueses está atravessando, são legítimas e devem ser tomadas em consideração.
Soube-se, entretanto, que neste tempo de crise e grandes carências, a recente visita ao nosso País do Papa Bento XVI custou, por cada dia, o enorme valor de 37 milhões de euros.
Sem qualquer preconceito religioso, custa a aceitar que a Igreja Católica, nos tempos de profunda crise económica que avassala o Mundo, não pese o custos das deslocações papais e evite dar de si a imagem chocante de desconhecimento da realidade actual.