Extinguiram-no há um bom par de anos para, em seu lugar, nascer o Museu de Arte Pré-Histórica. É, talvez, caso único em Portugal. Normal é encerrar-se um Museu, durante um período mais ou menos prolongado, a fim de beneficiar de obras de restauro, criar novos espaços ou adaptá-lo às modernas técnicas de museologia, mas nunca para, de uma forma radical, proceder à sua extinção. Só poderia ter acontecido nesta Terra. Não se conhecem as razões do acto e, nem sequer, de quem o decidiu. Não foram dadas explicações aos doadores, sequer à população. Encerrou. Findou. Ponto final. O acervo do MJCR é composto por uma grande quantidade de peças doadas por pessoas ou entidades desta Terra ou a ela ligadas. Não é do conhecimento público que a autarquia investisse de forma substancial no enriquecimento do património do MJCR. Do que não restam dúvidas é que se tratava de um equipamento cultural de grande valia para esta Terra, demasiado parca nesta área. A extinção do MJCR há tantos anos, sem que desde essa data alguém com responsabilidades tenha feito quaisquer declarações relativamente à sua reinstalação noutro local da vila, bem como aos cuidados concedidos para com o seu valioso recheio, tais como, inventariação, depósito em condições de segurança no que concerne aos mais que possíveis ataques de humidades, pragas de roedores e insectos, quer mesmo a eventuais delapidações, é muito estranho. É um silêncio ensurdecedor, que levanta muitas dúvidas. Sabe-se, aliás, que alguns doadores solicitaram a devolução das peças oferecidas ao MJCR por duvidarem do futuro das suas dádivas. Este atentado às raízes culturais do nosso Povo só foi possível pela não existência nesta Terra de uma opinião pública atenta, credível e audível.